A apneia do sono em crianças e idosos: como o tratamento muda em cada fase

A apneia do sono é uma condição que afeta pessoas de todas as idades, mas a forma como é tratada muda bastante conforme o estágio da vida. Em crianças, o foco costuma estar na identificação de gatilhos anatômicos e no tratamento que restaura a passagem do ar durante o sono sem complicar o desenvolvimento. Já na terceira idade, as comorbidades, a tolerância às terapias e as mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento influenciam as opções e a forma de aplicar o tratamento. Entender essas diferenças é essencial para um cuidado eficaz.

Em crianças, a apneia do sono é frequentemente causada por adenotonsilas hipertrofiadas, fatores anatômicos ou obesidade infantil. O diagnóstico costuma envolver avaliação clínica, polissonografia pediátrica e, muitas vezes, cirurgia de adenotonsilectomia como primeira linha quando indicada. Quando a cirurgia não resolve ou não é possível, o tratamento pode incluir o uso de CPAP ou Bilevel CPAP, com adaptação cuidadosa para o tamanho da máscara e conforto respiratório, além de medidas de oxigenação e controle de alergias. A educação aos pais sobre higiene do sono, hábitos de alimentação e manutenção do peso também desempenha papel importante no sucesso a longo prazo.

Entre os idosos, a apneia do sono pode ter múltiplas causas – obstrutivas, centrais ou mistas – e frequentemente coexiste com outras condições como hipertensão, Diabetes, doenças cardíacas e polifarmácia.Nessa fase, pode-se usar CPAP com umidificadores, máscaras mais confortáveis, ajustes de pressão automática (CPAP Automático). Além disso, é comum priorizar também intervenções para melhorar a função nasal, tratar doenças crônicas e incentivar mudanças de estilo de vida que facilitem a adesão ao tratamento.

Em síntese, o tratamento da apneia do sono muda conforme a fase da vida: na infância, a abordagem costuma ser cirúrgica ou baseada na correção anatômica com suporte de CPAP quando necessário; na terceira idade, o cuidado é mais abrangente, levando em conta comorbidades, adesão e conforto do paciente, com ajustes tecnológicos e terapêuticos para melhorar a tolerância. O reconhecimento precoce, uma avaliação multidisciplinar e um plano individualizado são fundamentais para assegurar que cada faixa etária receba o tratamento mais adequado e eficaz. Em todos os casos, o objetivo é melhorar a qualidade do sono, a saúde geral e a função diária do paciente.